"Sonhar é o que nos mantém vivos"

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

pregnancy calendar



Pois é, faltam 10 semanas para Hello chegar..Entre um maremoto e outro, ainda não sei se é para ficar calma ou se a poeira que está debaixo do tapete pode voltar.

O fato é que a pessoa vive com você 11 anos, justo num momento tão delicado quanto esse resolve ter crise de consciência... Vira que o tempo estava passando e a vida seguia no mesmo ritmo ao qual não lhe agradava. Os dias passavam, cada um com seus defeitos, cada um agindo como se certas coisas que acham normais não incomodem o outro. Até um ponto em que cada um resolvesse defender seu ponto de vista.

Acho que o casamento tem seus altos e baixos, mas penso também que quando um cede mais que o outro algo vai errado.

Para ele, por muito tempo, dar de si foi ficando cada vez mais impossível. Tudo corre natural quando se ama e agora estaria dando conta do que fazia e sentia.

Era uma confusão de sentimentos e eu tinha que dar conta de não passar os meus pra bebe.

Tento compreender o que meus ouvidos lutam para não passar ao coração.

Tinha que ser agora? Não podia ter dito antes

Tem uma hora que não dá mais mesmo pra fingir que tudo vai bem.

Ainda há amor, mas não se sabe se é o bastante para continuar.

Vem o medo de perder algo de bom que estaria por vir após tantos anos:
agora o que vamos fazer, eu também não sei.

O quanto é o bastante para ir, vir, parar ou continuar.
O que é o amor?

sábado, 3 de janeiro de 2009

Rasteira

Parece até premonição: um dia antes, contava como fora minha experiência
envolvendo gravidez, casamento, perdas...
Hoje, sem dúvida, esta palavra parece estar em minha frente.
Escrevo porque não me vem a cabeça ninguém a quem
poderia contar tudo que me ocorre
no momento.
Percebi que amigos de verdade, são coisas raras.
Nos momentos em que mais precisava, não estavam lá.
Não seria agora diferente.
No momento, um homem está a pregar as "palavras do Senhor" na esquina.
Me irrita, mas
me faz pensar que outras pessoas, em situação de desespero ou tristeza,
recorrem a pessoas como estas, não a um blog, como eu.
Mas uma vez calo minha dor em palavras silenciosas.
Hoje ouvi o que já sentia ha tempos. A pessoa com que convivia ha 11 anos realmente não me amava.
Não havia me traído ou coisa parecida.
Simplesmente não queria mais se enganar por mais 11 anos.
Fim.
Não sei se dói mais quando diz que não é por minha culpa, que sou uma pessoa admirável apesar dos defeitos, mas não bastava para continuar.
Isso me lembra um namoradinho que tive: não me pediu em namoro mas disse que poderiamos "tentar", tempo depois começou a me evitar, depois começou a inventar coisas sobre minha conduta para ver se eu me enchia e caía fora e , por fim, terminou a relação com uma cartinha, porque não tinha coragem de me despensar.
Ser bonita, inteligente, zelosa talvez os tenha deixado com essa sensação de
incompetência ou culpa por não conseguirem me amar.
Por outro lado, não ser comunicativa ou
não saber jogar conversa fora com outras pessoas,
não demonstrar grandes ambições ou
prezar relações com amor ao invés de transas
somente movidas por sexo tenham sido
motivo para perda do interesse pela minha pessoa.
Eu que pensava que todo mundo merecia um final feliz,
me iludia ao pensar que estava a caminho de uma.
trabalhar demais era apenas uma desculpa para não se interessar
por viajar ou ir para um barzinho comigo, quem sabe até foi
uma desculpa para não termos construído uma casa longe do trabalho,
perto da praia como eu tanto sonhava.
porque ele tinha que acordar só agora?
Porque eu não quis ver a verdade em minha frente antes?
Tinhamos que colocar mais alguém no mundo para sofrer conosco?
Valeria a pena uma nova chance?
Acho que já nos "sabemos " o bastante para dizer que não seria muito diferente de hoje.
Resta saber como serão os dias sem um ao outro.
Amei e o amo sim.
Gostaria de saber também se há alguma escola em que eu possa aprender
a ser melhor como ser humano
para que mereça amar e ser amada por alguém.
Também quero ser feliz
E se ele não foi comigo, quero que também o seja.
Não fiz nada pelo próximo, como médicos ou professores
Parece que também não consegui fazer nada por mim
Não gostaria de ser mais uma daquelas velhinhas solteironas cheias de gatos
fedorentos no quintal para completar sua solidão...`
Amigo é uma palavra passageira em nossa vida,
filhos um dia crescem e vão experimentar a vida por aí
irmãos só estao por perto pelos laços de sangue ou quando
sobra algum tempo
animais, agente alimenta e fecha o portão ou a gaiola
e eles abanam o rabo com nossas igalhas embaixo
da mesa
Amor deveria ser pra sempre, ou será que vemos
tantas estorinhas dos contos de fadas que fica cômodo
acreditar nisso.
Só o que restou
um pedido de socorro no silencio deste desabafo.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Os meus sonhos dependem de mim




Heloísa será como uma segunda chance...
Apesar de ter chegado até aqui e estar seguindo em frente,
nada apagará o sonho que vivi por seis meses:
Estar grávida de gêmeos era uma desejo quase impossível de ser realizado
mas que por um breve período de tempo parecia se concretizar
mas um sonho que se sonha só,não vira realidade.
Quando soube que eram dois meninos então, estava me sentindo
prestes a ser uma mulher realizada.

Naquele mesmo ano, estava terminando minha faculdade.
Queria "ser" alguém ou ter feito algo de importante na vida
para dar algum exemplo a meus filhos.
No corre corre da vida, o corpo foi se desgastando,
a saúde foi ficando de lado.
Mulher tem prazo de validade pra certas coisas...
A saudade de quem não conhecia foi apertando.

Minha primogênita, que chegou sem ser esperada, crescia em
meio a luta por uma vida digna.
Descobri que estava grávida só aos quatro meses.
Namorava a sete.
Prestaria vestibular pra FUVEST/sargento pm no fim do mesmo ano
(com dinheiro dade pelo pai de uma amiga, nunca esqueço)
Foi uma avalanche de decepções.
Não pude curtir muito sua gestação.tinha 19 anos
e fui ameaçada a ser posta pra fora de casa se o pai não
nos assumisse.
Eu o amava, mas não queria que alguém casasse comigo por obrigação.
Não recebi a compreenssão de minha mãe, ela era a pessoa quem mais prezava
na vida. Apesar da pouca idade, deixei de fazer muitas coisas na vida por ela.
Era sempre minha primeira opção. Tinha respeito a ela, apesar
de todas as trapalhadas em que ela se metia: acho que ela nunca teve noção
do quanto suas decisões deixavam minha vida podada.

Passei muito nervoso durante a minha primeira gestação.
Chorava quando ouvia o desprezo da minha mãe.
Chorava pelo futuro incerto.
Chorava por me sentir feia, gorda..
Chorava quando o utero se alargando doía...
Chorava quando via a decepção de meu companheiro
ao saber que não tinha contado toda verdade a ele:
só depois que "casamos" contei que ele foi minha
primeira relação. Coisa rara para uma menina nos tempos de hoje.
Ele dizia que talvez tivesse tido mais cuidado se soubesse antes.
Isso foi motivo de briga por anos.
A primeira coisa q uma menina pensa é q se dizer ao cara, vai
virar piada no meio das conversas dele...
A culpa foi dos dois. Um por confiar e não se cuidar, o
outro por pre julgar e não temer...

Foi quando nasceu uma menininha muito saudável,
mas com muito problemas de nervoso, chorona e até hoje,
com baixa auto-estima, pensando que sempre está atrapalhando.
Nem sempre podia dar a atenção que ela merecia.
Não encontrava emprego, pois não tinha nenhum curso
Não por vontade, mas porque não tive condições.
Surgiu uma oportunidade de abrir um negócio.
Minha mãe enfim, nos estendeu a mão
E agarramos a oportunidade.

No fundo de quintal
O negócio ia dando certo e em pouco tempo conseguimos comprar
a casa de minha mãe, onde construímos nosso primeiro estabelecimento formal.
Morar de favor, não foi fácil
Trabalhava no mesmo lugar em que morava e o que
podia aparentar ser cômodo, no fim acabava dificultando
nossa relação.

Alimentava o sonho de ser mãe novamente por anos,
mas não me permitia enquanto não alcançasse alguns degraus.
Tinha que ter uma profissão a mais, uma garantia de que
poderia ser responsável pela sobrevivência de mais um filho
caso me separasse ou coisa parecida.
Tinha um grande amor, trabalho, duas casas, carro, coisas que
pensava ser o mínimo para viver bem...

Mas a vida tinha que me dar mais um não.
Tem gente que pensa até hoje que foi um aborto espontâneo.
Não sabem que a pressão alta é uma doença silenciosa.
Cansaço, nervoso, má alimentação, correria, tristeza
Coisas que corroem as veias aos poucos.
Optar pela minha vida e não pela deles não foi uma decisão fácil
nem para os médicos, nem para meu amor.
è claro que não consultam a mãe nestes casos...

Ainda dói demais.Dói a culpa de não ter saúde,
de não procurar por uma ajuda melhor, de
dar valor a coisas que não valem a pena.

Dói também sentir esta triteza,mesmo sabendo que já tenho alguém
que de algunma forma, dentro de mim,sente quase tudo o que sinto.
è complicado.
Mas de um jeito torto, é
minha segunda chance
dos sonhos que dependem de mim.